“Um dia acordei num mundo novo
E me disseram o quanto era avançado.
Falaram-me de suas maravilhas,
Coisas de deixar abismado.
A curiosidade guiou meus passos
E animou meu coração.
Quanta ansiedade pela novidade...
Tive felicidade em minhas mãos.
Quando olhei para fora,
Comecei logo a perguntar.
Mas diante de tudo que vi
Não tinha mais com que rimar.
Para onde foi a beleza das flores nesta rua asfaltada?
E o frescor das fontes de pedra
Em meio aos restos dos esgotos?
Como posso ver o brilho do Sol
Por entre esta fumaça?
E sorrir com o gorjear dos pássaros
Com o som estridente dos trens?”
E aquele amante dos campos
Não conseguia mais falar,
Pois ali não viu poesia,
Só loucura e pesar.
Não conseguia comer nada
Que lá lhe ofereciam.
Tudo era muito estranho,
Tinha medo, estremecia.
E um dia, imaginem, o que disse o pobre índio,
Antes de partir deste mundo,
Recitando sua última rima:
“Aqui é muito selvagem,
Nesta vida da cidade
Não sei como viveria”.
24 de jan. de 2009
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