Acorda de manhãzinha,
Tem duas léguas para caminhar.
Vai ver sua mãe na cozinha
E pegar um pedaço de pão
“Pra mode a fome passar”.
Descobre que, como ontem,
Vai sair sem força alguma.
Com o corpo cheio de fome,
Se entristece com esta sina
Que a seca lhe impunha.
Hoje não tem feijão
E farinha já acabou.
“Que vai comer ‘meus irmão’,
Tudo tão pequenino...
‘As benção’ que Deus mandou?”
Vai embora cheio de dó,
Pra comida não gastar.
Não quer que irmão menor,
Sentindo a louca fome,
Grite e berre sem cessar.
Se tivesse algum dinheiro,
Ninguém ia mais sofrer,
Mas só tinha desespero.
Tira então sua própria vida
Para ver se Deus no céu lhe dar o que comer.
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