Pequenas mãos, pequenos calos
Tocam-nos os braços a procura de abrigo,
Uma migalha de abrigo...
Não lhes damos nem as mãos.
O menino nos pede para comprar uma caneta?
Apenas dissemos que não temos dinheiro, não.
Ele sorri e vai embora.
E muitas vezes num doce sorriso
Se esconde a dor de uma grande tristeza,
De quem não tem a gloriosa realeza
De um simples pedaço de pão.
Criatura do dia e da noite,
Lá se vai o herói infante
Para enfrentar um destino em branco,
Cada vez mais leviano,
Que verte de sua fonte,
Água contaminada de fel.
Ah! espíritos que me ouvem:
Este abrigo, este pão e esta água doce
Só escassa a esses pequeninos,
Quando desviamos nossas vistas,
Receosos da face da vida
Que nos amedronta e nos assusta.
E só conseguimos dizer:
“Valha-me Deus de ver tal cena,
Prefiro coisas mais amenas
Que agradem ao meu coração”.
Viramos e damos às costas.
Pois que mal damos às costas
E atrás fica a tristeza, a angústia e a revolta.
E muitas, inúmeras vezes, um grito medonho
Que finalmente nos toca...
Lá se vai mais uma VIDA... Já é tarde... e agora?!
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O que eu senti ao ler essa obra?